Carlos Chamorro, do seu exílio na Costa Rica: “Ortega quer reféns para negociar”
O jornalista Carlos Fernando Chamorro (Manágua, 1956), diretor do Confidencial e último ganhador do prêmio Ortega y Gasset de jornalismo, retornou à Nicarágua para cumprir o ofício que passou a vida toda desempenhando, até ser obrigado a partir para um novo exílio por causa da caçada a opositores políticos, sociais ou jornalísticos –e suas famílias– por parte do Governo de Daniel Ortega. Sua irmã, a candidata presidencial que encabeçava as pesquisas, Cristiana Chamorro, está detida e isolada em sua casa, e poucas horas depois desta entrevista foi anunciada a detenção de outro irmão dele, Pedro Joaquín, também filho do histórico jornalista que provocou a sublevação contra Somoza. Nesta segunda-feira (5), a polícia da Nicarágua prendeu também líderes universitários e líderes agricultores que estiveram à frente dos protestos de 2018, que exigiam o fim do regime de Ortega. Do seu exílio na Costa Rica, Carlos Fernando atende o EL PAÍS por telefone para dizer que teve que deixar a Nicarágua para poder continuar fazendo jornalismo.